Esses dias comecei lembrar do tanto que eu ria em cada fase
da minha vida. E então vi que de forma gradativa estou rindo, no sentindo amplo
e melhor da palavra, cada vez menos. Nada que não tenha recuperação. Mas uma
parada preocupante. Um alarme. Um pedido de socorro? Exagero? Acho que não. Quando
criança ria até na missa. Até onde não devia. Ora, quando criança o que não me
faltava eram motivos e companhias pra rir com gosto. Na adolescência mesmo com
os primeiros duros golpes da vida (quem conhece sabe) ainda ri muito. Me
divertia com que tinha e com o que inventávamos. Com os vinte e poucos os risos
começaram, o que é normal, se intercalar com as pedras do caminho. Mesmo assim
no todo continuei rindo... Gargalhando. E o tempo foi passando e coisas
aparacendo e as cobranças externas e mais ainda as internas acontecendo e o
riso com gosto ficando cada vez mais escasso. E então me pergunto: Onde foi e
por que foi que deixei minhas gargalhadas de lado? Não as queria todos os dias.
Mas as queria e as quero na dose merecida. Que perigo... Perigo de a gente
endurecer... Entristecer... Ficar chato... E morrer sem lembrar de quão bom
eram coisas simples como dar uma verdadeira gargalhada. E esse problema não é
só meu não... É da maioria... Forçar o maxilar não é sorrir... Fazer barulho
com a boca não é gargalhar. Ainda bem que sinto falta das coisas há tempo. Acho
eu que há tempo. Sim... Ainda sim... Mas nem sombra. Segue a vida... E com risos e gargalhadas. Amém.
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