quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

A Morte Absoluta

“Morrer. Morrer de corpo e de alma. Completamente. Morrer sem deixar o triste despojo da carne, A exangue máscara de cera, cercada de flores, que apodrecerão - felizes! - num dia, banhada de lágrimas, nascidas menos da saudade do que do espanto da morte. Morrer sem deixar porventura uma alma errante... A caminho do céu? Mas que céu pode satisfazer teu sonho de céu? Morrer sem deixar um sulco, um risco, uma sombra, a lembrança de uma sombra em nenhum coração, em nenhum pensamento, em nenhuma epiderme. Morrer tão completamente que um dia ao lerem o teu nome num papel perguntem: "Quem foi?..." Morrer mais completamente ainda, - Sem deixar sequer esse nome.” (Manuel Bandeira)

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