sábado, 8 de setembro de 2012

Casamentos Comunitários (o olhar de quem viu por dentro)

Em tempos de Antonelli me indispus com ele e Cia (Baldessar/Renatinho prova disso) e forcei minha saída da prefeitura. E naquele PMDB eu estava fora. Assim sendo semanas depois recebo a visita de Leo Santiago e o então deputado estadual Clésio Salvaro. Comecei prestar alguns serviços e participar do seu projeto que era ser prefeito. Digo isso, pois agora vou contar como era e o que vi nos casamentos comunitários que foi ”um” dos motivos que o tornou inelegível e assim sendo com a ficha suja.

Através de ampla divulgação feita nas rádios da família as pessoas eram convidadas. Lista era feita. Datas marcadas para o casamento no civil e depois para a festa em si onde era entregue a certidão. E agora vou detalhar como era a festa, como era feito o preparo na cabeça de quem lá estava. Cada casal tinha direito a um número de convidados (salvo engano da memoria eram 10). Chegavam ao local estávamos nós com uma lista em mãos, devidamente trajados, ternos homens e mulheres vestidos de festa, e levávamos os convidados ate as mesas. Tudo muito bonito para impressionar e de fato assim ficavam.

Cada mesa devidamente enfeitada tinha uma torta. Depois vinha uma (mais) bandeja de salgadinhos, refrigerante e um “espumante”. Do começo ao fim tudo era carregado de emoção. Um longo tapete vermelho trazia os casais enfileirados do fundo do local até o palco. Lá estava Clésio Salvaro com a certidão de casamento na mão para entregar aos noivos. Certidão na mão, abraço dado, a foto e o olhar de “não esqueça de mim depois”. Casais felizes, familiares e amigos muito bem atendidos, carinho do caridoso Salvaro e para o show ficar completo, boa musica. Sabe quem se apresentava? O mesmo Coral Criança Feliz que hoje canta em seu programa. Coral agraciado com projetos/afins do então deputado. Era sim uma boa ação e aquela gente precisava, mas tudo feito com o olho no voto.

Não me contaram, eu vivi. Eu sei como era e o que pensava cada um. Para fazer aquilo mesmo com “patrocinadores” era necessário uso do poder econômico. Tudo começava com poder da família através da radio a acabava com os gastos esses que exigiam também do bolso de alguém. Era sabido que cada casal daquele dificilmente não votaria em Salvaro. Sabia que os convidados, em sua maioria gente muito simples, impressionados que ficavam votariam em Salvaro. Então por favor, não venham me dizer que aquilo era caridade. Essa com outras ações do mesmo tipo lacraram a eleição que viria, pois o povo estava na onda que foram jogados.

Pra mim, pra quem conheceu e quem tem boa vontade sabe que aquilo nada mais era que a indução ao voto (para não dizer outra coisa). Esse ato mais outros formaram um bloco que segundo o TRE é abuso do poder econômico. Na época para ele valeu, pois ganhou a eleição, se tornou altamente popular e tinha uma condenação teatral de três anos. Tanto verdade que nem recorreu. Agora com a ficha limpa chora e se diz vitima. Não é, sabe o que fez e por que fez. Para terminar: Então quer dizer que quem não tem dinheiro pra se promover mesmo sendo boa pessoa e preparada não pode concorrer com igualdade de chances? Lei eleitoral já existia. Não foi criada depois. Fico feliz pelas pessoas simples que saíram com sua certidão e não tem nada com isso, mas enojado com a dissimulação feita agora pelo “abençoado”.

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