"O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato.
O amor comeu meus cartões de visita.
O amor comeu minhas roupas, meus lenços, minhas camisas.
O amor comeu meus remédios, minhas receitas médicas, minha dieta.
O amor comeu todos os meu livros de poesia.
O amor comeu meu Estado, minha cidade.
O amor comeu minha paz, minha guerra, meu dia e minha noite.
Meu inverno, meu verão.
Comeu meu silencio, minha dor de cabeça.
O meu medo da morte."
(João Cabral de Melo Neto)
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