E de repente, na verdade nem tão de repente assim, sentiu uma saudade quase que de morte da sua adolescência. Vendo umas fotos de ondas lembrou da sua pranchinha de bodyboard (teve varias e ainda guarda uma debaixo da cama), pés de pato, camisa de lycra, bermuda quase sempre preta e estilosa. Pegou onde até mais tarde, depois foi vencido pelos problemas, pela noite, por tudo e mais um pouco. Resumindo, foi um idiota. Mas saudade mesmo é da adolescência: Horas no mar, ondas rolando, amigos, sol, liberdade, sem dores de coluna, sem nervos amontoados. Chegava em casa, tomava um banho e comia um boi pela perna. Deitava na rede para digerir o bovino e depois ia fazer nada. Ia andar sem compromisso com os amigos. Amigos sem interesse, amigos de onda e de farra barata, apenas amigos. Pensamento veio: Ainda bem que vivi de verdade essa fase. Levantou e pensou no que fazer de agora em diante para amenizar tais saudades de outrora.
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