sexta-feira, 19 de abril de 2013

Alma cansada

“Ela vivia emergida em seu próprio ego, criando um mar de fel na sua vida a cada dia. Perambulava pelas ruas, fugindo de si mesma. Fugia de si em todos os modos, em carne e espírito. Atravessando seus profundos olhos, se encontravam mistérios inigualáveis, dignos de investigação. Soltava faíscas de sua alma ao vento, para que ele levasse elas para longe, mas morria de medo que ele fizesse o movimento contrário e trouxesse as faíscas de volta para atormenta-la, pois tinha pavor de sua alma. Tinha o andar calmo, apaziguado, na qual dissimulava totalmente seu interior, turbulento e insaciável, com sede de sorrisos e com fome de felicidade, os quais já não a habitavam por um tempo.” (Julia Machado)




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