“Ela
vivia emergida em seu próprio ego, criando um mar de fel na sua vida a cada
dia. Perambulava pelas ruas, fugindo de si mesma. Fugia de si em todos os
modos, em carne e espírito. Atravessando seus profundos olhos, se encontravam
mistérios inigualáveis, dignos de investigação. Soltava faíscas de sua alma ao
vento, para que ele levasse elas para longe, mas morria de medo que ele fizesse
o movimento contrário e trouxesse as faíscas de volta para atormenta-la, pois
tinha pavor de sua alma. Tinha o andar calmo, apaziguado, na qual dissimulava
totalmente seu interior, turbulento e insaciável, com sede de sorrisos e com
fome de felicidade, os quais já não a habitavam por um tempo.” (Julia
Machado)
Nenhum comentário:
Postar um comentário