"Cheguei a conclusão que criciumense não presta. Aliás, quem é
de Criciúma ou vive aqui não presta. O valor das pessoas aqui é medido pelo
dinheiro que elas tem. Nomeei essas pessoas de “celebridades cifrão”, não fazem
nada culturalmente ou artisticamente mas são tratadas pela mídia local como se
fossem celebridades. Conheço uma pá de gente que é sensacional e deveria ter
seu valor reconhecido e um tratamento de "celebridade" mas que não
tem valor nem relevância na nossa tão luxuosa mídia local. Meu amigo Beto
Soares publicou um livro que tem a orelha escrita pelo Veríssimo, não porque o
Beto pediu mas, porque há uns anos atrás, quem cobria as férias do Veríssimo na
coluna dele no Zero Hora era o Beto. Além disso, é co-autor do jingle “Vida” da
RBS, tem prêmios internacionais de propaganda e, mesmo com esse talento todo,
nenhum jornal diário da cidade publica as crônicas dele. Ele é bom pro Zero
Hora mas pra Criciúma ele não presta. Azar o dele? Não, azar o nosso. Tem o
Joelson Bugila, que tem um emprego super cool como Designer de produto da
Imaginarium, é artista plástico, expõe no país inteiro e cobra uma fortuna por
suas obras. Quando vem a Criciúma pinta muros e casas abandonadas da cidade mas
os órgãos públicos mandam cobrir ou arrancar porque acham a arte ofensiva. Mal
sabem eles que o que ele faz aqui de graça, custa uma fortuna em outros
lugares. Afinal, quem quer ver a arte do Joelson tem que pagar, arte de graça
não é bom pra criciumente. Azar o dele? Não, azar o nosso. Tem a Lúcia Búrigo
Burigo que conhece marketing e varejo como ninguém, mas só ouço ela no rádio
falando dos eventos das empresas que ela trabalha, ninguém a convida para um
debate ou entrevista nem nada disso. Afinal marketeiro bom tem que vir de fora,
consultor bom tem que vir de fora. Azar o dela? Não, Azar o nosso. Tem o Marcos
Fernandes que toca gaita que nem ninja e tira dinheiro do próprio bolso pra
bancar a Roda de Blues. Um evento cultural que reúne boa música e gente bacana
mas que não tem um patrocinador porque o Marcos é de Criciúme e se é daqui não
presta. Azar o dele? Não, azar o nosso. E olha que estes são só os que eu
conheço. Azar o nosso de ser criciumense e ter que aturar nos nossos meios de
comunicação um bando de celebridades cifrão que nada acrescentam e que fazem de
Criciúma o pólo nacional da mídia de vácuo: Vazia. Azar o nosso que não
valoriza as pessoas que estão aqui na cidade que precisa trazer tudo de fora.
Azar o nosso." (Diego De Mathia Firmino)
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