quarta-feira, 22 de maio de 2013
Hora de Ouvir os Elefantes
“A tragédia do
Tsunami trouxe uma lição. Perdida no meio do oceano de notícias, soube-se que
no Yala National Park, Sri Lanka, bem no meio de uma regiões mais afetadas pela
mega onda, nenhum animal foi encontrado morto! Repito: num parque onde havia 19
Km de praias, habitadas por centenas de elefantes, leopardos, pássaros,
coelhos... ninguém morreu! Verificou-se com espanto que antes da chegada do
maremoto os animais, por alguma razão ainda não esclarecida, se deslocaram da
praia e das áreas mais baixas, para a parte mais alta do parque. As águas
chegaram a entrar 3 Km parque a dentro. Mas ali não havia ninguém. Ou melhor,
nenhum bicho foi pego de calças curtas. Surgiram alguns palpites. Na BBC e na
National Geographic, cientistas afirmaram que possivelmente o fato se deu
porque os animais ouvem uma freqüência de som produzida pelo terremoto, mais
baixa do que as que os nossos ouvidos captam. Segundo ele, os bichos também
sentem vibrações no solo e do ar, as rally waves, estas, sim, também somos
capazes de sentir em nosso próprio corpo. Ou melhor, seríamos. Nossa mente anda
tão congestionada de informação, que apesar das rally waves chegarem até nossos
corpos, essa informação é simplesmente deletada da nossa consciência. Entenderam
a tragédia? Resumo: os bichos se salvaram porque estavam conectados. Nós, seres
humanos, nos estrepamos porque estávamos também conectados, só que em outras
ondas: rádio, TV, videogame, ou mesmo o sonzão do carro ou do botequim tocando
no último um bate-estaca de ano novo. Nesses meus poucos dias de férias,
persegui como um louco a tecla “mute” do controle remoto. Tentando diminuir
pelo menos o volume do mundo ao meu redor. Valorizar o botão de desliga. Tá
ligado? Tá na hora da gente ouvir menos o barulho e mais os elefantes.” (Marcelo
Tas)
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