segunda-feira, 27 de maio de 2013
Despedida
“Por mim, e por vós, e por mais aquilo que está onde as
outras coisas nunca estão, deixo o mar bravo e o céu tranqüilo: quero solidão. Meu
caminho é sem marcos nem paisagens. E como o conheces? - me perguntarão. - Por
não ter palavras, por não ter imagens. Nenhum inimigo e nenhum irmão. Que procuras?
Tudo. Que desejas? - Nada. Viajo sozinha com o meu coração. Não ando perdida,
mas desencontrada. Levo o meu rumo na minha mão. A memória voou da minha
fronte. Voou meu amor, minha imaginação... Talvez eu morra antes do horizonte. Memória,
amor e o resto onde estarão? Deixo aqui meu corpo, entre o sol e a terra. (Beijo-te,
corpo meu, todo desilusão! Estandarte triste de uma estranha guerra...) Quero
solidão.” (Cecília Meireles)
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