segunda-feira, 31 de outubro de 2011

37

Chego aos 37 anos e fazendo uma analise do caminho percorrido vejo que minha vida mesmo se acabasse hoje daria um livro. Quem conhece sabe que é verdade. Um pouco dos acontecidos foram coisas do acaso, outras obra da minha agonia em dar certo e em não aceitar o que muitos acham normal. Sempre fui osso duro de roer. Poderia ser menos, mas deixa assim.

Aprendi na pratica que os planos feitos em bem mais da metade eram apenas planos. Estamos longe de ter o domínio da situação mesmo a vida sendo nossa. Queria ter sido mais feliz. Fui muitas vezes, mas queria mais, merecia. Queria não ter passado por situações que me doeram tanto que achei que não suportaria, mas sobrevivi e estou aqui para contar.

Tive fases e fases. Fui muitas vezes extremo nas coisas que fiz. Errei, consertei, voltei a errar até sentir bem os danos dos erros pra então ir melhorando. Ainda em construção. Hoje uma construção adiantada e com base sólida. Magoei mesmo sem querer e a esses peço desculpas ou perdão. Ainda bem que nada de grave, disso me orgulho. Fui magoado, fui detonado e aos que fizeram isso comigo deixo para o ser maior sentenciar, mas quero distancia e terão de mim sempre o que me deram. Sou do tipo que apenas devolve o que recebe.

Sou filho único. Nasci de parteira. Nem a chegada foi fácil. Nunca tive vida mole, mas quando fui ao inferno e foi mais de uma vez decidi que lá não ficaria. Não sou santo, mas mereço e quero apenas a brisa no rosto, o espirito em paz e meus anseios que nem são tantos assim realizados. Uns dizem que sou louco, outros mais bobagens, mas tenho bagagem simples, mas respeitável e passagem tranquila nas ruas e aonde chego. Tenho gente que gosta de mim (bastante) e isso ninguém me tira.

Chego hoje mais ou menos na metade do caminho e tenho comigo a certeza das coisas que fiz e de quem sou. Vivi de verdade, fui e sou intenso. Não quero que todos gostem de mim. Não vivo para os outros. Vivo pra mim, pros meus e com os que quiserem fazer parte da minha vida. Mesmo com o caminhão de paralepipidos que jogam na minha estrada não vou desistir de buscar o que quero.

Vou fazendo minha parte e um dia chego lá. Saramago já dizia “O que as vitórias têm de mau é que não são definitivas. O que as derrotas têm de bom é que também não são definitivas.” É isso, meio caminho já foi andado, outra metade farei valer muito mais, pois esses 37 anos me ensinaram o que importa de fato na vida.

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