A desgraça de um homem fica evidente quando seu telefone
pós-pago só recebe ou o pré-pago não vê crédito desde o ultimo titulo da
Argentina. Outro sintoma é carro na garagem. Não por vontade, mas por falta de
gasolina. Tem outro que só sente quem chega perto: a falta daquele perfume que
usa faz anos... e que acabou. Antes da falência total troca barzinhos por bares
do bairro e depois botecos de quebrada. Sorte daquele que sempre gostou dos
bares e botecos, pois terá ainda um fiado para quebrar o galho. Quando vai ao
mercado... Antes vinha com três bolsas de pura bobagem. Agora compra uns “pão
d’água novinho” para comer com ovo (ainda bem que é bom). Chocolate vira no
máximo pacote pequeno de bolacha recheada, de segunda categoria, é claro. Antes
andava ereto e sorria até com os chatos do dia a dia. Na fase negra anda torto e evita
até as pessoas que gosta. Tem outra: Sem dinheiro fica feio demais. Pois é...
Esses são uns probleminhas e sinais da maré negra, mas ainda bem que nenhum mal
é eterno e que as coisas podem ser melhores do que o “bom de antes”. Eu por
exemplo, já contei moeda, e já rasguei dinheiro. Pior, teve época que nem
moeda... E continuo por aí, mas preparado, pois que sei a vida brinca e ri do
vivente quando bem entende. Em tempo: Na verdade é pior, mas fui ameno. Telefone não toca. Amigos somem. Colegas correm. E muito mais... E quando a vaca engorda de novo, a corja...
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